voraz. o relógio da sala segue. devorando as horas. selvagem. devorou gerações e segue. devastando o presente. engolindo sonhos. triturando vidas. não perdoa ninguém não poupa nada. sempre no mesmo ritmo. sempre preciso. sempre cruel. sempre frio. sempre.
engoliu a infância. tragou a juventude. corroeu prateleiras. amarelou os livros. desbotou fotografias. estraçalhou vidraças. apodreceu os forros. descascou os muros. lambeu as tintas. mastigou tijolos. vomitou poeira. esvaziou a casa. fechou portas e janelas.
depois passeou sobre a casa vazia. entrou em cada quarto. em cada fresta. devorando baratas e teias de aranha. então, derrubou as paredes. e engoliu tudo. até não restar nada.
por fim, bateu uma hora. é hora de ir embora. devorar outras vidas.
engoliu a infância. tragou a juventude. corroeu prateleiras. amarelou os livros. desbotou fotografias. estraçalhou vidraças. apodreceu os forros. descascou os muros. lambeu as tintas. mastigou tijolos. vomitou poeira. esvaziou a casa. fechou portas e janelas.
depois passeou sobre a casa vazia. entrou em cada quarto. em cada fresta. devorando baratas e teias de aranha. então, derrubou as paredes. e engoliu tudo. até não restar nada.
por fim, bateu uma hora. é hora de ir embora. devorar outras vidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário