7 de out. de 2010

bailarinas

há bailarinas na caixa de música no relógio da sala em cima do piano. há bailarinas nos meus sonhos de menina. há bailarinas nos palcos reais nas pontas dos pés nas vitrines de cansados néons. há bailarinas enegrecidas de fumaça nas sombras das velas no sopro pálido das lamparinas. o vento forte do tempo devassou a casa soprou cortinas quebrou a caixa de música estraçalhou vitrines. torceu o pé da menina parou o relógio da sala - espatifou a bailarina. não há mais sombras nem fumaça nem choro nem vela. que dirá, lamparinas. ninguém. ninguém se lembra mais que um dia houve aquela bailarina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário